quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Os 90 anos de Dom Eugenio Sales

O Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales, completará, no próximo dia 8 de novembro, 90 anos. Sua vida é marcada pelo amor ao próximo e pela dedicação a Deus. No tempo em que exerceu seu ministério como Arcebispo do Rio realizou grandes obras, mas, segundo ele, “apenas foi instrumento do Senhor”.

Dom Eugenio foi Arcebispo do Rio de Janeiro durante 30 anos, no período entre abril de 1971 e setembro de 2001. Durante todo esse tempo realizou grandes manifestações de fé e amor a Deus. Mas ele destaca que a colaboração dos leigos, dos religiosos e a atuação fraterna dos clérigos, foram fundamentais para realizar todo o seu trabalho enquanto pastor.

Antes do Rio, Dom Eugenio foi Arcebispo de Natal, entre 1962 e 1964, e ainda de Salvador, entre 1965 e 1971. Na Cidade Maravilhosa, ele deixou o cargo devido à idade.
Um dos seus marcos foi a preocupação com a questão social. O Cardeal criou algumas pastorais com este foco, como a Penal, a da Saúde, a do Trabalhador, a das Domésticas, a do Anônimo e a do Menor.

Dom Eugenio destacou a criação da Pastoral das Favelas, que foi fundamental no caso do Vidigal. Na época, a prefeitura ia remover todos os moradores da comunidade localizada na Avenida Niemeyer, mas, com o apoio da Pastoral, a remoção foi impedida. O acontecido mudou a política fundiária. Com o respaldo legal nenhuma comunidade poderia ser removida.

Neste mesmo momento, o então Papa João Paulo II visitou o Rio de Janeiro e fez um discurso aos moradores da comunidade. O Pontífice ofereceu à comunidade o seu anel papal, como um presente simbolizando a solidariedade com os mais desprovidos. Hoje, esse anel está no Museu Arquidiocesano, localizado no subsolo da Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro.


- A visita do Papa João Paulo II foi extraordinária. Ela revelou a bondade do Papa, o afeto dele com nossa comunidade diocesana, disse o Arcebispo Emérito.
Sempre preocupado com a propagação da Palavra, Dom Eugenio investiu no trabalho vocacional. Durante a entrevista, ele destacou esse cuidado como um ponto marcante da sua atividade, contando também que, certo dia, ao celebrar, na Catedral, aproveitou o momento da homilia para fazer um pedido, que além de alcançado foi ultrapassado.

- Me lembro bem, que foi feito um trabalho de convocação e propaganda da vocação eclesiástica. Também recolhi recursos para o seminário poder abranger tantos seminaristas. Implementei um número mínimo de ordenação por ano, mas sem perder de vista a formação eclesial e pastoral, frisou.

Com muita humildade, Dom Eugenio disse que a articulação entre os diversos padres, leigos e religiosos foi o que contribuiu para o clima fraterno da Arquidiocese.

- O trabalho realizado na Arquidiocese não se deve a mim, mas a toda uma equipe com disposição, para a glória de Deus. Deve-se reconhecer que esse trabalho nasceu da generosidade do carioca e espalhou-se por toda a diocese, contou.
Sobre a celebração dos 90 anos, Dom Eugenio disse que não gosta muito de festividades, mas que agradece, especialmente a Dom Orani, que preparou tudo.

-A prova desse sucesso é a carta que acabo de receber, uma carta- autógrafo do Santo Padre, muito confortadora a meu respeito, disse.
Na tarde de 3 de novembro, o Cardeal recebeu do Papa Bento XVI uma carta de felicitações pelo seu 90º aniversário natalício. O Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, fez pessoalmente a entrega do texto.

- Desejo fazer dessa festa ponto de continuidade das atividades existentes no Rio de Janeiro, concluiu Dom Eugenio.


A Missa em Ação de Graças pelos 90 anos do Cardeal Dom Eugenio Sales será no dia 6 de novembro, às 9h, na Catedral Metropolitana. Dom Orani João Tempesta presidirá a Celebração Eucarística.

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