segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

É Advento

A Igreja Católica abre o Ano Litúrgico com o tempo do Advento, de expectativa e de esperança pela vinda do Senhor. Nas primeiras semanas se destaca a espera do seu retorno em glória, conforme sua promessa.
Faz parte do credo de nossa fé: “Esse Jesus, que foi arrebatado dentre vós para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1, 11). Professamos no símbolo apostólico: “subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”. O símbolo niceno-constantinopolitano explicita: “de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim”.
o tempo do Advento, a Igreja retoma a consciência da alegre expectação que constitui o epílogo do Apocalipse. Portanto, a síntese conclusiva das Escrituras, em forma de súplica ou de diálogo: “Aquele que atesta estas coisas diz: Sim, venho muito em breve! Amém! Vem, Senhor Jesus” (Ap 22, 20).
Perto do Natal e durante sua celebração, os textos litúrgicos insistem na vinda histórica do Verbo que se fez carne (Jo 1, 14), nasceu em Belém de Maria Virgem (Lc 2, 4-7) por obra do Espírito Santo (Mt 1, 18). A dimensão salvífica destes acontecimentos está implícita no símbolo apostólico e é explícita no símbolo niceno-constantinopolitano pelo qual professamos: “e por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e se fez homem”.
As duas vindas do Senhor, o tempo do advento acentua. A propósito, ensina em suas catequeses o bispo São Cirilo de Jerusalém: “Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois a primeira revestiu um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina”. Aliás, na noite de Natal, se lê um trecho da Carta de Paulo a Tito, na qual as duas vindas são lembradas: “A graça de Deus se manifestou, trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina... a aguardar a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2, 11-13).
É preciso, pois, aproveitar da graça deste tempo, da riqueza de sua espiritualidade litúrgica e devocional, através da sua simbologia cheia do sentido do mistério revelado.
A criatividade pastoral há de se servir dos símbolos, como a coroa do Advento, para expressar a progressividade do itinerário a ser percorrido em quatro semanas incompletas.
Igual criatividade aproveitará da riqueza e da variedade dos textos bíblicos, lidos na liturgia, para comentá-los e atualizá-los na vida dos fiéis. Eles também seguem um caminho progressivo de compreensão.
O rico repertório musical e cênico favorecerá a participação dos distantes, dos quais nos tornamos próximos, especialmente nas novenas de Natal e na composição comunitária do presépio.
Só nos resta augurar que o advento seja espiritual e pastoralmente proveitoso. Ele o será, se nos aproximar de Jesus. De sua chegada.

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